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Foto do escritorCalúzia Santa Catarina

Nas Entrelinhas da Maternidade: uma jornada de autoconhecimento e empoderamento


A imagem mostra a barriga de uma gestante, sua mão esquerda está na barriga enquanto a mão direita segura uma flor margarida cor rosa, também aparece parte das suas roupas na cor branco.
A maternidade muda significativamente a vida da mulher, começando pelas transformações em seu corpo, o que pode impactar sua saúde mental, independentemente de ela ter desejado ou não a gravidez.

O desejo pela maternidade é um tema complexo e multifacetado. A ideia de que toda mulher quer ser mãe é uma simplificação que não leva em conta a diversidade das experiências femininas. Judith Butler, renomada teórica feminista, sugere que o papel da mulher é construído pela linguagem e pelas normas sociais, indicando que nossas concepções de gênero e maternidade não são verdades universais, mas sim produtos de uma construção cultural. Isso nos leva a questionar se o desejo pela maternidade é verdadeiramente inato ou resultado das expectativas e pressões da sociedade.

Imagem com fundo na cor rosa e a frente cinco mulheres vestidas de branco, sorriem para a foto.
O significado do papel de 'ser mulher' foi socialmente construído. Nem todas desejam ser mães, e a pressão social para que assumam esse papel pode causar danos à sua saúde mental.

Simone de Beauvoir, em seu famoso livro "O Segundo Sexo", afirmou que "ninguém nasce mulher, mas se torna mulher", destacando que os papéis e características atribuídos às mulheres são construções sociais. A maternidade, frequentemente considerada uma parte inerente da feminilidade, é uma escolha, e não uma obrigação.


Para muitas mulheres, a maternidade é uma fonte de grande realização e felicidade. Elas encontram significado em criar e nutrir filhos, vendo a maternidade como uma parte central de sua identidade. No entanto, há mulheres que não desejam ser mães e encontram realização em outras áreas da vida, seja na carreira, nos relacionamentos, nas artes, ou em outras paixões.


Como psicóloga, é importante reconhecer que as mulheres têm diferentes desejos e aspirações. Algumas mulheres encontram satisfação no papel tradicional da maternidade, enquanto outras buscam seu propósito em outras esferas. A pressão para conformar-se com um modelo idealizado de mulher e mãe pode ser opressiva, levando à culpa, ansiedade ou até mesmo ao ressentimento. Quando o desejo pela maternidade não é genuíno, mas imposto, isso pode resultar em conflitos internos e sofrimento emocional.


A psicoterapia pode ser uma aliada para as mulheres que estão explorando seus sentimentos em relação à maternidade. É um espaço para questionar expectativas sociais, descobrir desejos autênticos e compreender que é perfeitamente normal não desejar ser mãe. O essencial é que cada mulher tenha liberdade para definir seu caminho, sem julgamentos ou pressões externas. A busca pelo autoconhecimento e pela realização pessoal é única para cada indivíduo, e a psicoterapia pode ajudar a encontrar clareza e paz em relação a essa questão tão importante.


Uma mesa de trabalho, com notebook, porta canetas, cardeneta para anotações, copo de café, mostrando as mãos e parte do tronco de uma mulher de cabelos pretos, longos, a qual veste camisa branca e usa relógio no pulso esquerdo.
Quando se tornam mães, o retorno ao mercado de trabalho e a manutenção de uma rotina profissional podem ser desafiadores. Uma rede de apoio bem organizada e estabelecida pode fazer toda a diferença.

Para as mulheres que desejam ser mães, a psicoterapia pode ser um espaço para preparar-se emocionalmente para essa jornada, enquanto para aquelas que não têm esse desejo, pode ser um ambiente seguro para discutir alternativas e lidar com possíveis pressões sociais.


Seja qual for o caso, a escolha de ser ou não mãe deve ser respeitada como parte do direito de cada mulher de determinar seu próprio destino. A liberdade de escolher sem medo do julgamento é fundamental para uma vida autêntica e significativa.



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